A gente pode dar um nó por mil motivos nesta vida. Não é uma decisão fácil, e nem todo mundo consegue fazer exatamente quando quer. Ás vezes, acontece. Simples assim. Sem motivos explicáveis ou por todos do mundo. Queremos parar de tropeçar, proteger, afastar ou segurar alguém. Um sentimento. Um breve momento que seja.
Um laço mal dado também às vezes vira um nó. Acontece sempre quando a gente quer que dure mais tempo do que realmente deveria durar ou quando não temos tempo e alma pra fazer. Um passo, dois passos, um tropeço. Desamarrou, embolou e, veja deu nó.
Algumas pessoas não conseguem desfazer seus próprios nós. Vivem, incansavelmente, buscando uma maneira de fazer com que façam isso por elas. Beijando, bebendo, enlouquecendo e esticando a corda até quase o limite. Assim não funciona, o nó aperta e fica mais forte. Dia após dia. Sufoca.
Alguns nós simplesmente não podem ser desfeitos. São eles que seguram nossa alma dentro do nosso corpo. São eles que nos fazem aguentar firme as quedas que a vida traz, todo dia. Seja continuando lá ou, na hora certa, desaparecendo. Pra que, finalmente, percebemos que nossa corda é mais longa do que imaginávamos. Ou que lá embaixo, no fundo do poço, existe alguém olhando pra cima e com os braços abertos.
Chega, de uma vez por todas, dessa coisa de alma gêmea. Sempre existirá alguém, e não necessariamente será essa pessoa sempre. A dura realidade é que nós, seres humanos, não fomos feitos pra eternidade. Assim como que sentimos. Seguimos em frente e levamos o melhor e o pior de tudo aquilo que vivemos. Pra que da próxima vez, nos próximos nós que surgirem, consigamos nos libertar sem sofrer pelas mesmas dores.
Tudo isso porque, independentemente de quem você seja ou quem esteja, no final das contas, será sempre só você e esses grandes e (quase) impossíveis nós.
Bruna Vieira.